No mês passado recebemos um convite excepcional de um grande parceiro da Raccoon, o Google: participar do curso da Singularity University, no Vale do Silício.

O convite foi restrito a pouquíssimas agências parceiras no Brasil, parte de um grupo maior com empresas de toda a América Latina. Como o Túlio e eu já havíamos ouvido falar super bem do curso (nosso conselheiro Gustavo Caetano fez no ano passado) a decisão de ir foi relativamente simples.

Pra quem não conhece, a Singularity University foi fundada por Peter Diamandis e Ray Kurzweil. O primeiro é também o fundador da X Prize Foundation, que tem como objetivo incentivar o lançamento de inovações que acarretem em grandes avanços para a humanidade. É também um dos autores do livro Abundance – The Future is Better Than you Think (que já está na minha lista). O segundo é um grande inventor e futurista, autor do polêmico The Singularity is Near, onde ele tenta convencer os leitores que em 2045 (menos de 30 anos!) a tecnologia vai ter evoluído tanto, que não haverá mais distinção entre humanos e máquinas.

Durante o curso, talvez o fato mais citado e explicado é a Lei de Moore.

A lei basicamente diz que a capacidade de processamento de um computador dobra a cada 12 meses. Porque a tecnologia avança de maneira exponencial, o início de uma evolução tecnológica é basicamente imperceptível. E porque nossas cabeças estão acostumadas a pensar de maneira linear, somos absurdamente ruins em prever o futuro. Pegue por exemplo o iPhone. A Apple divulgou recentemente que o novo iPhone 7 é 120 vezes mais rápido que o primeiro iPhone lançado. Em um período de 8 anos. É a Lei de Moore funcionando na prática. Seguindo o mesmo raciocínio, isso quer dizer que, em 2024, teremos um iPhone 32 mil vezes mais potente do que a primeira versão.

Os professores da Singularity são referência em suas indústrias: Redes e Computadores, Biotech, Realidade Virtual/Aumentada, Big Data, Economia, etc. Eles tentam, através de exemplos, mostrar como essas áreas estão evoluindo a velocidades absurdas, como já estamos conseguindo construir tecnologias fantásticas e como o futuro será surpreendente.

Gosto do seguinte exemplo. Hoje já é possível comprar na Amazon um gadget chamado Thync. Ele é basicamente uma fita que você cola na testa e atrás da orelha, ligada ao seu celular. Através de um app é possível enviar comandos para que o gadget produza ondas tanto para te relaxar e te ajudar a dormir, quanto para te estimular e te ajuda a trabalhar. Os comentários das pessoas que já testaram são inconclusivos. Alguns dizem que os efeitos são incríveis (muita gente falando que em menos de 5 minutos usando já estavam dormindo) e outros dizem que não sentiram nada.

Mas o ponto que mais chama a atenção, e o que o curso tenta nos ensinar, é olhar para essa tecnologia aplicando um crescimento exponencial. Imagine que tipo de comandos poderemos dar aos nossos cérebros através de um aplicativo nos nossos celulares daqui a 16 anos, quando a tecnologia for 32 mil vezes melhor. Imaginar esse aplicativo funcionando 10 vezes melhor do que hoje já é assombroso, milhares de vezes melhor é algo difícil das nossas cabeças compreenderem.

Voltei da Califórnia com a cabeça fervendo de novas ideias. Um pouco assustado também, já que um futuro dominado por máquinas muito mais inteligentes que nós humanos, é, para mim, certo. Por isso a vontade de compartilhar com mais gente um pouco do que vimos e do que pensamos sobre o nosso futuro nessa série de posts sobre a Singularity. Espero que tenham gostado!

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Escrito por:

Gabriel Macedo Ribeiro

Especialista de Conteúdo na Raccoon, tetracampeã do prêmio de Melhor Agência de Marketing de Performance do Brasil pela ABComm (2015, 2016, 2017 e 2018) e melhor da América Latina no Google Premier Partner Awards.

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