O marketing 2021 fortaleceu um movimento que já vinha se consolidando nos últimos anos: a transformação digital das empresas. Muitos negócios que ainda não haviam se adaptado à era digital passaram a integrar a tecnologia nos seus processos, especialmente no marketing, que hoje exige uma atuação online consistente.

Em 2021 vimos também o início da vacinação contra a Covid-19, e a retomada das atividades presenciais trouxe inúmeros desafios para o marketing, mas também muitas novidades que movimentaram essa área.

Quer saber quais foram e o que ainda valerá a pena investir em 2022? Vem com a gente!

Crescimento do marketing digital no Brasil 2021

Imagem em vetor de uma pessoa subindo uma escada

Nos últimos dois anos consumidores e marcas mudaram seus comportamentos de forma expressiva: enquanto os primeiros passaram para o digital, os segundos tiveram de lidar com outros desafios: a alta concorrência no ambiente online.

A migração para o digital era inevitável, claro, porém foi acelerada pela pandemia -e isso se reflete nos números do crescimento do marketing digital no Brasil em 2021.

Neste ano, o país alcançou a marca de mais de 150 milhões de usuários de internet, o que representa 81% da população brasileira. Os dados da pesquisa TIC Domicílios 2020 mostram também que esse crescimento foi ainda mais expressivo entre moradores de áreas rurais, idosos e mulheres.

Quanto às redes sociais, o estudo Digital 2021 Brazil demonstrou o quanto o uso dessas plataformas foram relevantes. Em 2021, o número de usuários de redes sociais chegou a 150 milhões, um crescimento de 7,1% em relação a 2020. Em ordem, as principais plataformas acessadas foram YouTube, WhatsApp, Facebook e Instagram.

Os números do e-commerce também ajudam a perceber como a internet passou a fazer parte da vida de muitos brasileiros.

De acordo com a 44ª edição do relatório Webshoppers, o número de novos consumidores online continuou crescendo em 2021, mas sofreu uma desaceleração – que pode ser explicada pelas altas de desemprego e inflação.

Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2021, o número de novos consumidores online cresceu 3%. Já em 2020, início da pandemia, esse percentual foi de 40%.

A pesquisa Perfil do E-commerce Brasileiro revela ainda que o Brasil tem 1,6 milhão de sites de e-commerce. Isso representa 22% a mais que 2020 e se soma ao crescimento de 40% que já havia acontecido de 2019 para 2020.

As lojas online representam mais de 9,4% do total de sites no Brasil. Porém, são apenas 6% do total de varejistas do país. Isso mostra que a quantidade é expressiva, mas ainda há muito espaço para o crescimento desse mercado.

Principais tendências do marketing 2021

Com tanta concorrência online, as marcas precisaram apostar em estratégias criativas e envolventes para atrair o consumidor. E o ano foi cheio de novidades. Confira agora as tendências que se destacaram no marketing 2021:

A era dos vídeos curtos

Muito mais do que uma dancinha, o TikTok tomou impulso durante a pandemia de coronavírus. Ainda em 2020, a plataforma se tornou mundialmente conhecida e com o isolamento, caiu ainda mais no gosto popular.

Não é à toa que em 2021, a rede chegou a ultrapassar o YouTube em tempo médio gasto por cada usuário, segundo dados do Reino Unido e Estados Unidos.

Tamanho sucesso fez a plataforma de vídeos curtos se tornar um modelo de produção de conteúdo para a internet. Não por acaso, o Instagram também criou o seu formato de vídeos curtos (Reels). Além disso, o Kwai, concorrente direto do TikTok, teve um grande crescimento no Brasil: no primeiro trimestre, foi o aplicativo mais baixado no país.

Por esse motivo vale a pena dedicar um tempo para compreender melhor a rede e estudar estratégias específicas de engajamento e conversão para o TikTok.

Clubhouse

Você se lembra do Clubhouse? A rede social baseada em conversas por áudio, foi uma das principais febres do marketing 2021 e, apesar do estrondoso sucesso, a plataforma não durou muito. É só dar uma busca rápida no Google Trends para visualizar essa queda.

Na época, talvez você também tenha se perguntado que rede social era essa e como conseguir um convite para entrar. Porém, quando a rede se abriu para os usuários de Android (maio de 2021), o hype já havia passado.

De qualquer forma, a plataforma lançou discussões sobre a tendência dos conteúdos em áudio. O crescimento dos podcasts no Spotify e do envio de áudios por WhatsApp reforçam essa percepção.

Ok Google

Provavelmente em algum momento do ano você deve ter falado “Ok Google”. O comando usado para ativar o assistente por voz do Google permite aos usuários diversas possibilidades, como perguntar que horas são, pedir para guiar seu caminho até um destino ou pesquisar as últimas notícias do dia.

Seja Cortana, Siri, Alexa ou Google, a verdade é que o uso desse recurso reforça a tendência de interação por voz entre humanos e máquinas e visa trazer mais praticidade no dia a dia dos usuários.

E fica a dica: apesar de ter dado o que falar no marketing 2021, essa tecnologia tem tudo para continuar em alta no próximo ano.

Chatbots

Chatbots não são mais novidade, mas no marketing 2021 eles mostraram para o que vieram. Usados para automatizar interações com as marcas, especialmente no atendimento ao consumidor, a ferramenta ainda otimiza processos e se transforma em um novo canal de vendas para as empresas.

Para se ter uma noção do crescimento do recurso, o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots mostrou que 216 mil novos bots foram criados no Brasil em 2021, sendo que esse número foi de 101 mil em 2020 e 60 mil em 2019.

O WhatsApp é a plataforma para a qual mais se desenvolvem bots: 94% dos respondentes afirmou que produziu chatbots para esse canal.

Compras diretas via redes sociais e lives

Social commerce e live commerce são expressões que estiveram em alta no marketing 2021.

O social commerce se refere às operações de compra e venda pelas redes sociais. Instagram, Facebook e Pinterest se destacam nessa modalidade e permitem integrar as lojas virtuais às suas plataformas para vender mais.

Já o live commerce é a estratégia de vender produtos em transmissões ao vivo pelas redes sociais. Geralmente, engloba demonstrações de produtos, perguntas e respostas, promoções por tempo limitado, além de outras atrações de entretenimento.

De acordo com a empresa Mimo Live Sales, a taxa de conversão em live commerce fica em torno de 7%, enquanto a média do e-commerce em geral é de 1,5%.

Maior uso do UGC

Sigla de User Generated Content, UGC significa conteúdo gerado pelo usuário. Esse tipo de conteúdo tem sido cada vez mais usado e o marketing 2021 fortaleceu bastante a estratégia.

Por que? Porque o UGC é uma prova social: se as pessoas estão falando que um produto é bom, outros consumidores tendem a confiar na compra. É o famoso boca a boca, mas agora na era da internet.

Além disso, republicar esses conteúdos, seja de forma orgânica ou patrocinada, é uma maneira de interagir com os usuários e valorizar sua opinião, o que ajuda a estreitar o relacionamento com eles.

Mais opções de busca

Essa não é necessariamente uma tendência, mas agitou as notícias no mundo do marketing 2021.

O Google detém mais de 90% do mercado de buscas na internet, isso não é novidade, e a evolução constante dos seus algoritmos mostra que o buscador está sempre melhorando a experiência de pesquisa dos usuários.

Mas isso não quer dizer que novas opções não possam surgir. Em 2021, a novidade que deu o que falar foi o buscador You.com, lançado com foco em inteligência artificial e privacidade dos usuários para concorrer diretamente com o Google. A disputa é desafiadora, mas vale a pena acompanhar os próximos capítulos.

Atualizações que agitaram o marketing digital 2021

Mas além de ferramentas, estratégias e atualizações também movimentaram o marketing 2021 e ditam os próximos caminhos da área: foco na experiência do usuário e privacidade. Relembre as principais mudanças:

Core Web Vitals

O Core Web Vitals é uma novidade do Google para avaliar as páginas que fazem parte dos seus resultados de busca. Trata-se de um conjunto de sinais que analisam a qualidade da experiência do usuário, em relação à velocidade e à estabilidade de uma página.

Essa mudança no algoritmo estava sendo desenvolvida desde 2020, mas foi a partir de junho de 2021 que ela começou a ser incorporada nos resultados da busca do Google.

Portanto, para continuar relevante e pontuando bem na página de busca, é preciso avaliar o desempenho das suas páginas em relação ao Core Web Vitals.

Fim dos third-party cookies

Uma preocupação constante na era digital é a proteção dos dados pessoais. De olho nisso, o Google Chrome, navegador mais usado do mundo, anunciou que removeria o suporte a cookies de terceiros (third-party cookies).

Esses dados, coletados no histórico de navegação dos usuários, são essenciais para o marketing digital, já que ajudam a conhecer melhor o consumidor online, personalizar estratégias e direcionar anúncios para as pessoas certas. Porém, com menos dados acessíveis, todo o ecossistema do marketing digital seria afetado.

O Google já anunciou que vai fazer a eliminação gradual dos cookies de terceiros em 2023. Antes, a previsão era 2022, mas a empresa alegou que precisaria de mais tempo para discutir as mudanças polêmicas com o mercado.

De qualquer forma, as alternativas são investir em diferentes formas de coletar dados e no rastreamento de dados dos cookies first-party (dados próprios gerados pelo site que o usuário entra).

Privacidade na Apple

No mesmo movimento de proteção de dados, a Apple anunciou no início do ano um novo recurso de privacidade que permitiria aos usuários de iOS decidir como seus dados poderiam ser usados.

Agora, as pessoas devem dar autorização explícita aos aplicativos para rastrear, tratar e vender seus dados a anunciantes.

Essa medida provocou reações do mercado digital, especialmente do Facebook, que alegou que a mudança causaria danos “devastadores” a milhões de pequenas empresas que anunciam na sua plataforma. Mesmo polêmica, a medida da Apple vai ao encontro da transparência no uso de dados e da privacidade dos usuários.

Novo consumidor e uma nova jornada de compra

Por fim, é importante perceber como o consumidor e a sua jornada de compra estão mudando nos últimos anos.

A pandemia reforçou uma preocupação dos consumidores com o futuro do planeta. O incentivo ao comércio local e o compromisso com a sustentabilidade já são determinantes para as decisões de consumo, e é inegável que o marketing é fundamental na construção de um mundo melhor.

Além disso, a multiplicidade de canais de relacionamento com as marcas e de compras torna a jornada muito mais imprevisível. Por isso, a experiência omnichannel é o caminho para as marcas atenderem esse consumidor da era digital.

Não é por acaso que uma das tendências deste ano foi o BOPIS (Buy Online, Pick Up In Store, que significa “compra online, retira na loja”). Essa modalidade traz mais praticidade e redução de custos, tanto para o consumidor quanto para a loja.

O que se manterá em 2022?

Ao longo do texto, já soltamos alguns spoilers das principais apostas para o marketing 2022 e ao analisar o cenário da internet, é possível identificar alguns temas tendem a manter em alta, como:

  • Proteção de dados e privacidade dos usuários;
  • Crescimento do uso de inteligência artificial
  • Social Listening;
  • Social Selling;
  • Web Stories;
  • Eventos híbridos e retorno dos presenciais;
  • Aprimoramento na coleta e uso de dados;
  • Marketing de conteúdo- em resposta à alta das campanhas de mídias pagas;
  • Live commerce para estimular as vendas online;
  • Aumento do uso de assistente por voz;
  • Jornada de compra cada vez mais personalizada.

Essas são apenas algumas tendências que vale a pena acompanhar no marketing digital em 2022. Mas é importante ficar de olho nos dados da sua audiência e no comportamento dos seus consumidores, assim, você vai entender o que é importante para a sua persona, a fim de traçar as melhores estratégias.

Agora, se você já está pensando nos planos para 2022, leia nosso artigo e aprenda como definir objetivos de marketing eficientes no seu planejamento.

Escrito por:

Gabriel Macedo Ribeiro

Especialista de Conteúdo na Raccoon, tetracampeã do prêmio de Melhor Agência de Marketing de Performance do Brasil pela ABComm (2015, 2016, 2017 e 2018) e melhor da América Latina no Google Premier Partner Awards.

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